Aquela angústia.....

Esse relato é a história de uma moça que aconselhamos por alguns anos num destes lugares por qual passamos. Mas bem poderia se encaixar na história de qualquer um...

Eu já tive vontade de acabar com a minha vida. Não foi algo premeditado, como muitas pessoas que morrem o fazem. Não teve cálculos para não sofrer, ou até mesmo bilhetes com mensagens para serem lidas após a morte.

O período que estava passando não era simples, pelo contrário, todos os desafios do trabalho, as expectativas frustradas, a auto-imagem arrasada, descobertas feitas que jogavam por terra todo o que mais acreditava.

Não via mais solução, a não ser, chorar! O único momento em que eu não chorava era quando estava dormindo; não me lembro bem, mas acho que até em sonho eu chorava. Lembro de certa noite, ser acordada por minha mãe, perguntando se estava tudo bem. Só conseguia dizer que iria passar.

Os pensamentos que passaram diante de mim, só me faziam sentir pior; nem a ideia de passar férias na praia colocava um sorriso no meu rosto. 

Depois de tanto lutar contra mim mesma, afinal, era um absurdo um cristão se sentir dessa forma, isso só poderia ser um reflexo de quão afastada estava de Deus, resolvi pedir ajuda.

Fui encaminhada ao Hospital Psiquiátrico e, quando lá cheguei, me senti ainda pior, pois enquanto esperava para ser atendida, uma pessoa chegou e precisou ser amarrada, devido aos surtos psicóticos; tudo ali, na minha frente. 

Peguei a chave do carro e saí, sem nem avisar a recepcionista que poderia cancelar minha consulta. Pensei comigo mesmo que não era aquilo que eu precisava, não queria chegar em uma situação tão avançada, e dirigindo, me dei conta que se atravessasse uma preferencial, acabaria com todo aquele sofrimento.

Decidir, sem muito pensar, que atravessaria a próxima placa de "pare" sem ao menos olhar para os lados e ver se poderia continuar. Tudo que me lembro foi de pisar fundo no acelerador.

Ao chegar na esquina seguinte, me debulhei em lágrimas, pedindo perdão, porque sabia não ser aquilo correto e além de tudo, ajuda. Não queria mais sentir aquela angústia, aquele desespero, aquela solidão (mesmo estando cercada de pessoas).

Procurei então o pastor da minha igreja, no desespero, ele me disse que eu não era um ET por estar me sentindo daquele jeito. Eu deveria continuar procurando ajuda. A parte espiritual, ele e sua esposa me disseram que estariam ali para me apoiar, mas o espiritual precisa do corpo são para ter uma mente equilibrada. 

Depois de seis anos de terapia, posso dizer que hoje vejo aquele incidente como um alerta divino, para que cuidasse de mim mesma. Não sofra sozinho (a), procure alguém de confiança, um pastor, uma amiga madura, um profissional (seja psicólogo ou psiquiatra); mas não ache que isso é algo comum de se sentir.

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O Senhor se preocupa com você, com essa moça e comigo. Por isso, não fique como você está... ou, se você vir alguém precisando de ajuda, não o(a) julgue, ninguém a não ser quem está passando pela dificuldade, sabe o que está acontecendo.....

"Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês. " I Pedro 5:7